retrovisor

retrovisor

domingo, 30 de outubro de 2011

APRENDENDO COM AS TRILHAS

                                                

      Certa vez fomos até a “pedra explodida” na serra de cocais, Vale do Aço. É um lugar lindo que tem pedras enormes no meio de uma grande área gramada, uma destas pedras parece que foi explodida, criando uma caverna fantástica, é uma enorme “laje” em balanço... Uma verdadeira obra de engenharia das mais ousadas que eu já vi.


Estávamos eu, o Luiz e o Beto. Sempre que íamos até lá deixávamos as motos na parte baixa e subíamos até a caverna a pé. Porem desta vez o “SR Luiz” inventou de subir pela lateral da grande caverna, o Beto foi atrás e a “SRA Solange” mesmo vendo que era hiper difícil foi correndo atrás deles. Era um trilho estreitíssimo com um barranco ao lado e pedras do outro. O Luiz sumiu lá pra cima, o Beto também, e eu continuei. De repente eu vejo o Beto voltando com o Luiz logo atrás e eu? Bem no meio do caminho sem conseguir virar a moto. Eu entrei em pânico, todos querendo descer e eu ali empatando... Foi um verdadeiro congestionamento no meio do mato. O Beto teve que parar a moto dele, pegar a minha e virá-la,  pois eu não conseguia fazer isto naquele trilho tão estreito e descê-la para então voltar e tirar a dele para o Luiz conseguir descer.
      Foi neste dia que eu entendi o ditado: “Galinha que acompanha pato morre afogado”.     

REFLEXÕES


Estou com o braço quebrado... Mas não foi um tombo de moto, para espanto de todos os que sabem que faço trilha de moto.
Eu o quebrei fazendo uma corridinha boba de aquecimento para uma aula de circo.  Caí de mau jeito e fraturei o úmero esquerdo, o osso do braço, bem juntinho do ombro. Vou ficar de molho e não sei por quanto tempo ficarei sem poder pilotar.
Antes deste pequeno, mas desastroso, acidente eu estava com muito de medo de sair de moto e inclusive deixamos de sair varias vezes, pois eu dava a desculpa que a poeira estava demais e que não estava prazeroso. Dizia que precisávamos esperar uma chuvinha para a poeira baixar, e assim eu ia enrolando e mais um fim de semana passava.
Eu andava meio preocupada e realmente com medo de um acidente ou de uma queda. Era medo de me machucar ou medo que o Luiz se machucasse.
Depois de um acidente deste muitas reflexões surgem... 
Eu não me convenci como muitos queriam que se eu quebrei um osso numa quedinha boba desta... Imagine em uma queda de moto?
Ao contrario do que todos queriam, eu pensei que se em quase 10 anos de pilotagem com algumas quedas eu não quebrei nada, nem uma unha, só uns pequenos hematomas, graças é claro, aos equipamentos de segurança e muito cuidado e atenção. Por que, então ter medo de pilotar e fazer as trilhas? Para se machucar ou se acidentar uma corridinha banal é suficiente.

Por ficar de molho sem poder sair para nossas trilhas por vários fins de semana, eu deixei de sentir a sensação indescritível de liberdade que pilotar uma moto proporciona, eu deixei de namorar meu maridinho e companheiro em um restaurante pequeno e tranqüilo com comida caseira, de uma cidadezinha do interior, à luz de velas e ao som de um violeiro regional, desconhecido, mas que conhece como ninguém as cantigas e a vida do caipira. Deixei de ver as cachoeiras, os rios e os riachos que tanto me encantam. Perdi a oportunidade de conversar com gente simples e encabulada de vocabulário restrito, mas de muita sabedoria e conhecimento da vida. Gente tranqüila, sem pressa para falar o que pensa ou para contar um “causo”. Gente de bem com a vida, alegre e acolhedora. Deixei de ouvir, em nossas paradas o canto dos pássaros, o vento assoviando por entre as arvores, o ruído constante das cachoeiras e corredeiras e até o zumbido do mosquito no silêncio da tarde. Deixei de sentir a sensação maravilhosa de pousar e descansar depois de um dia de aventuras e muito cansaço em uma cama limpa e macia, depois de um banho quente em uma pousadinha ou um belo hotel, não importa, por onde passamos. Deixei de passear, conhecer novos lugares e de voltar para casa, relaxada e tranqüila no domingo à tarde, para o aconchego do nosso lar e para junto de nossas filhas queridas.
Mas o principal... Deixei de encarar novos desafios e deixei de desafiar meus medos.
Estou ansiosa para voltar para as trilhas e pensando como já havia falado antes um buraco na pista pode me jogar no chão, sim, mas o medo de que cair neste buraco com certeza me jogará no chão.  Que com responsabilidade e os devidos cuidados devemos aproveitar a vida e tirar dela o que ela nos oferece de melhor sem culpa sem medo.

sábado, 20 de agosto de 2011

TIRANDO A HABILITAÇÃO

HABILITAÇÃO

O desafio
Minha vizinha e grande amiga Ângela, aprendeu a pilotar, tirou carteira e tudo. Quando o Luiz chegou com a moto nova, ela estava na porta do prédio, subiu na moto, ligou-a e acelerou só faltou dar umas voltinhas. Eu que estava na janela, vi tudo e quase morri... Afinal eu não poderia fazer nada daquilo a não ser ir à garupa dele. Ele havia me desafiado anteriormente dizendo que ia comprar uma moto, mas que eu só poderia andar nela se fosse pilotando. Para que ele me desafiou? Para que eu vi a Ângela na moto dele? Eu não resisto a um desafio. E então corri atrás de aprender e tirar a habilitação.

Os tombos
Eu caía tanto no período em que fiz moto escola que muitas vezes nem contava em casa que eu havia caído, algumas vezes eu ficava descadeirada e até mesmo machucada. Mas eu não queria que ninguém se preocupasse comigo.
Um dia ralei o joelho todo e não contei nada a ninguém. Eu não podia nem mancar... Mas na hora de dormir minha filha se sentou, a meu lado, na cama e no meio da conversa me deu um tapa no joelho. Imagina só o grito que eu dei. Ela ficou sem entender, pois nem foi tão forte assim o tapa que ela havia dado... Aí não teve jeito, tive que explicar o que havia acontecido.
Eu estava treinando às cinco horas da manhã e desci o “morro da Casa de Campo”, que era uma ladeira muito forte ao lado do Clube. Para variar caí e a moto desceu o morro escorregando, eu já tinha pulado fora. Quando ela parou, eu tentei levantá-la, mas na ladeira... Era muito difícil. Não aparecia uma viva alma àquela hora para me ajudar. E o meu joelho todo ralado, doía demais! Depois de um tempo surgiu um rapaz que me ajudou a levantá-la. Ele então me disse que era o máximo que podia fazer por mim, pois não sabia pilotar e eu teria que levá-la embora mesmo com o joelho machucado.
Eu caía à toa, do nada e até parada. Por duas vezes eu caí saindo do meu prédio, em uma destas, tive que pedir ajuda a uma moça que passava para me ajudar a levantá-la, pois a moto estava na rampa da garagem. Em outra, na esquina da minha rua, e os amiguinhos das minhas filhas estavam todos me olhando. Imagina que vergonha para mim. Mas eu caí, levantei a moto e segui sem ajuda de ninguém. E eles... Eles fingiram que não viram nada, talvez para eu não ficar muito constrangida. Eu imaginei que iriam rir em coro. Eu achei o máximo a discrição deles.
Em um de meus tombos durante as aulas o instrutor me perguntou se eu havia machucado, eu disse a ele que não o corpo, mas o ego e o orgulho estavam completamente destruídos.
Neste período eram tantos os tombos que o examinador me mandou procurar a psicóloga da Moto Escola. O melhor é que ela me perguntou o que eu fazia depois que eu caía... Respondi que me levantava, levantava a moto e continuava a aula. Ela perguntou então se no dia seguinte eu retornava para fazer a aula. Eu disse que sim. Ela então me pediu que chamasse o instrutor, pois, ele sim estava precisando de psicólogo e eu apenas de arrumar um instrutor melhor e treinar mais.

O balde d’água
O novo instrutor me aconselhou a comprar uma moto e treinar fora do horário de movimento. O Luiz como sempre me deu o maior apoio e prontamente providenciou uma moto CG 125 usada. Eu treinava todos os dias antes das 6:00 horas da manhã e depois das 21:00 horas.
Por treinar de madrugada eu passei por alguns apertos. Eu ficava fazendo o slalow (ziguezagues) e andando em círculos no mesmo lugar em uma rua sem saída e super tranqüila. Bom... Eu acho que não estava agradando muito aos moradores dos prédios daquela rua. Um deles jogou em cima de mim uma balde de água suja, a sorte é que não me acertou, mas passou bem pertinho e eu levei um susto enorme. Passei a não treinar mais ali.É claro né?

A amante
Em outro dia, uma mulher que estava a caminho da missa me cercou no meio da rua. Eu achei meio estranho, mas achei prudente parar, tirar o capacete e ouvir o que ela tinha a me dizer.
Foi o melhor que eu fiz!
A mulher estava intrigada porque eu passava por ali, na frente da casa dela todos os dias no mesmo horário. Ela queria saber quem eu era, o que eu fazia, onde eu morava e muito mais. Depois de responder o questionário calmamente ela me disse que estava achando que eu era a amante do amante dela que a perseguia há mais de 15 anos. Eu achei que era muita loucura da cabeça dela, mas enfim...
Vai que eu não paro... Essa maluquinha era capaz de querer me jogar umas pedras... Hoje eu acho até, que ela gostou de mim. Não podia me ver na rua que vinha correndo conversar comigo.

Perseguindo uma Senhora
Subindo uma rua movimentada da cidade, durante uma aula, uma senhora estava atravessando logo a minha frente. Parece até que eu estava brincando, ela ia para um lado eu ia atrás, ela saia fora eu ia atrás, o instrutor, que estava na garupa, teve que assumir a direção para eu não atropelá-la. Eu acho que se ele não assumisse, eu passaria por cima dela... Ou ela por cima de mim?



Porque não desistir?
Neste período eu pensava em desistir, pois afinal eu não precisava daquela carteira, eu não tinha mais idade para pilotar uma moto, minha mãe ainda fala... Você sempre foi tão ajuizada... Depois de velha perdeu o juízo! Que história é esta de pilotar moto?
E ainda por cima eu caia mais que andava. Porem eu não queria passar para minhas filhas que no primeiro obstáculo ou na primeira queda a gente desiste. Eu queria dar exemplo de persistência e perseverança. E eu acho hoje que foi uma grande lição para elas.

O exame
Antes do exame pedi a Deus que abrisse meus olhos para todos os obstáculos, fechasse os olhos do examinador para os meus erros e que tirasse do meu caminho todo e qualquer obstáculo.
E não é que um caminhão estragou no trecho mais problemático da área de exame, o morro do clube e a policia interditou este trecho.
Eu consegui dar continuidade ao exame, apesar de cometer uma falta gravíssima e ficar super nervosa depois de levar um grande susto com um motoqueiro que gritou ao meu lado para me assustar. E o examinador relevou a única falta, porem gravíssima que cometi depois do susto.
E EU PASSEI!!!!!!!!!!!

terça-feira, 12 de julho de 2011

NOSSAS FOTOS MAIS LINDAS

                                 A caminho de Jaboticatubas - Não é o máximo?
                                  Em Jaboticatubas no veloterra - O maior agito!
  Admirando a Serra do Cipó - Que tranquilidade!
    No mirante do Jacroá - Que Maravilha!!!!
 No Véu da Noiva - Serra do cipó - É DEMAIS!!
   Na serra da gandarela! Muito frio, más muito lindo!
 No centro de Rio Acima! Inacreditável, não?
   No encontro de motociclistas de Tiradentes - Que turma BOA!
    A caminho de Rio Acima - É lindo não?
    No centro de Rioa Acima - Hiper bucólico!
São tantas flores em nosssos caminhos!
    E o juquinha? Não podia faltar!
Estrada real /Serra do cipó- A mais LINDA de todas!

Esta é a ultima. Numa "boa " à beira da cachoeira... com tipóia e tudo.

domingo, 29 de maio de 2011

AS MELHORES E PIORES

TORCENDO A MEIA... E O PEIXINHO JÁ TIROU DA BOTA? 
OLHA SÓ O MORRO QUE TIVEMOS QUE SUBIR... VEJA A MÃO DIREITA DO LUIZ, SEGURANDO O CAPIMZINHO PARA NÃO CAIR!

A MÃOZINHA DIREITA DELE, SEGURANDO O GANCHINHO PRESO NA PEDRA, PARA NÃO CAIR LAAAAAAAAAAAAÁ EMBAIXO!

DEPOIS DE 24 KM DE CAMINHADA... O SORRISO ESTÁ MEIO AMARELO, NÃO É?.

ISSO LÁ É JEITO DE PEDIR CARONA??

 FICA BRINCANDO... VAI ATOLAR!

O QUE VC PERDEU AÍ?

NOSSA QUE CARA! O LANCHINHO ESTAVA TÃO RUIM ASSIM?


O SEU GULOSO! VAI COMER AS DUAS EMPADAS SOZINHO?

E NÃO ADIANTA FICAR AÍ REZANDO NÃO!

SEGURA FIRME, SE NÃO ELE VAI FUGIR...

 FICA RINDO AÍ,  BETO... DAQUI A POUCO VC CAI NA ÁGUA.

ESSA CARA, SAINDO DO MATO... O QUE SERÁ QUE ELE ESTAVA FAZENDO?

E ESSE SORRISO? A PAISAGEM TÁ BACANA, É?

O QUE ESTÁ TÃO ENGRAÇADO? CONTA PRA NÓS!


SÓ PENSA EM COMER...

TÁ ESPERANDO O QUE?

QUE CARA MAIS DESILUDIDA... PERDEU O TREM?


QUE SUJEIRA... ESTÁ PRECISANDO DE UM BANHINHO, HEIN?

SEGURA FIRME, SE NÃO ELA CAI!

O QUE ESTÁ PENSANDO EM FAZER AÍ ATRÁS DO MATINHO?

domingo, 22 de maio de 2011

casos e histórias


Os bêbados da “Chica dona”

 Num sábado, de um feriado prolongado, saímos eu e o Luiz para conhecer a cachoeira “Chica Dona” perto da cidade de Rio Acima. Saímos cedo passamos na praça principal da cidade para comer uma empada, que é uma delicia! Mas o boteco estava fechado, continuamos até a cachoeira que é simplesmente ma-ra-vi-lho-sa.  São várias quedas, a primeira queda é enorme e é fechada. Para entrar, é cobrada uma taxa de cinco a dez reais por pessoas, depende de quanto o porteiro quer cobrar. Chegamos à portaria e custamos a identificar o porteiro, pois ele estava tão bêbado que mais parecia turista. Dali da estrada mesmo, dava para ver a exuberância da cachoeira. Ela é enorme e muito linda! Resolvemos não entrar, até porque não permaneceríamos ali por muito tempo, era só para conhecer. Como dali dava para vê-la ficamos satisfeitos. A água que desce atravessa por baixo da estrada e forma outra queda muito grande também. Neste dia havia um grupo de pessoas descendo de rapel. Muito bacana! Mas não é para mim, eu acho muito perigoso! Preferimos descer a pé e lá ao pé da cachoeira pudemos ver os “malucos” descendo nas cordinhas. Verificamos também que havia outra queda mais a frente. Mas nesta, nós não fomos, voltamos dalí mesmo.
Novamente de moto seguimos em direção a cachoeira da Cristina. Que decepção! Depois de ver a Chica Dona... A da Cristina mais parecia um “Corguinho” como dizemos nós os mineiros.
Mas o melhor quando chegamos lá foi um bêbado que mal parava de pé pedindo carona para nós. De duas uma: Ou ele estava completamente louco ou muito bêbado. Que idéia a dele! Pegar carona em uma moto? Ele não ia conseguir ficar em cima por um minuto e ainda ia jogar no chão moto e motoqueiro.
Este era o dia de encontrarmos bêbados em nosso caminho. Quando voltávamos para casa, tivemos que parar para ajudar a tirar um carro com um grupo de rapazes que havia saído da estrada. O motorista estava tão bêbedo que não conseguiu segurar o carro numa curvinha boba. Até que não foi muito difícil. Rapidinho o Luiz e um outro motociclista que também parou conseguiram que um dos rapazes tirasse o carro de lá.
Foi um dia muito bom, apesar de tantos bêbados.
Solange

sábado, 16 de abril de 2011

Dicas de pilotagem nas trilhas

·         Leve sempre capa de chuva, corda, alguma ferramenta se souber usar, porque como diz o meu pai, a ferramenta não serve para nada se não se sabe usá-la. Não se esqueça da máquina fotográfica o que não faltam são motivos para usá-la.
·         Evite pilotar quando está chovendo. Antes de sair de casa dê uma olhadinha pela janela se estiver prometendo chuva... Volte para a cama e ligue a TV, assista o Auto Esporte, vai ser mais produtivo. Moto e chuva não combinam muito: A visibilidade é péssima, capacete não tem limpador de pára-brisa, ela derrapa na pista molhada alem do frio que fica com aquela roupa toda molhada.
·         Cuidado nas curvas... Fique bem a sua direita, tem sempre um motorista fazendo uma curva “quadrada”e “comendo” um pedaço da sua pista.
·         Na descida... Desça engrenado e use preferencialmente o freio da frente, o traseiro faz a traseira da moto, sair de lado.
·         Use sempre camisa de manga comprida e luvas. O sol pode queimar...  Por causa do vento a gente não sente que está queimando e as queimaduras deixam marcas muito indesejáveis.
·         Para sua proteção use equipamentos de segurança, joelheira, cotoveleira, luvas e botas. Felizmente nós caímos pouco e os tombos são leves, mas graças aos equipamentos praticamente não nos machucamos.
·         Use botas apropriadas, dá firmeza para bater o pé no chão quando precisar além de ser muito útil para andar no mato.
·         Cuidado com estradas em obras tem muita terra solta, fofa e pedras, além dos tratoristas "sinistros", como diz meu genro, loucos para  passar por cima dos motoqueiros.
·         Não tenha vergonha de bater um pé no chão ou até os dois se for necessário, vergonhoso é cair por vergonha de bater o pé.
·         Escolha uma moto adequada a sua altura, eu já vi muita gente cair da moto, pois ela não era adequada.
Olha o tamanho deste motociclista!
·         Observe bem onde está andando. Eu descobri que na areia... Eu tenho que reduzir a velocidade antes de entrar no areal, se freiar no meio, a moto dança. Depois indicar a direção e a deixá-la ir praticamente sozinha, a moto fica meio rebelde na areia, não aceita muito comando. A maioria dos trilheiros passa na areia a mil por hora, eu ainda não cheguei a este grau de insanidade.
Na lama... Prepare-se psicologicamente para sujar o pé, a perna ou até tudo se cair. Reduza antes e procure um lugar com barro mais durinho e bata o pé para não cair se começar a deslizar muito.
Na água... Não seja como gato, com medo de água fria. Provavelmente você vai se molhar. Reduza a velocidade, mire o outro lado da margem, feche os olhos e acelere... O pior que pode acontecer é você tomar um banho sem querer e de brinde ainda lavar a sua moto.
                                 Eu nem sei como cheguei deste lado da margem...

Quando tiver que subir morro muito íngreme com terra solta: coloque primeira acelere devagar e continuamente e se precisar parar no meio do morro... Tenha força para segurá-la e reze muito para ela não voltar. Se tiver que descer um morro, também muito íngreme com terra solta... Dê meia volta na moto e volte para casa. É o melhor que você pode fazer. Se a moto for muito pesada ela desce você querendo ou não e totalmente sem controle. O Luiz encontrou uma solução criativa em uma situação como esta: Colocou-me segurando a rabêta da moto dele, para fazer peso, e desceu o morro me arrastando. Foi um sufoco só, mas chegamos lá!
Dependendo da dificuldade da trilha, desça da moto e caminhe ao lado dela acelerando até atravessar ou faça como eu, algumas vezes: Pare a moto, desça dela, atravesse a pé e mande o Luiz ir lá buscá-la.
                           
                                       Ele moooooooooorre de ódio, mas vai.
·         Calibre os pneus da moto um pouco abaixo do recomendado isto garante maior aderência na estrada de terra.
·         Não tenha medo de se sujar, é líquido e certo que isto irá acontecer.
          Olha só o meu estado... Eu fico muito mais suja que o Luiz por que estou sempre atrás dele.
                  As botas estão no guidom da moto para secar, elas estavam cheias de água.
·         Cuidado com animais eles costumam atravessar na frente da moto de repente ou como os cães podem querer morder seu pé.
·         Não se esqueça de encher o tanque antes de sair para as trilhas. No mato não tem posto!
·         Se o pneu furar, suba na moto e dirija-se devagar até onde poder arrumar o pneu.

Solange e Luiz
O banheiro do boteco...

Geralmente nas trilhas não paramos no “matinho” para fazer xixi. Tudo por minha causa, imagine só, eu com aquela roupa de trilha toda complicada de tirar e colocar, agachada no “matinho”. Já pensou se aparece alguém? Como faço para me vestir rápido? Não tem jeito...
Sempre paramos em botecos nos vilarejos por onde passamos para beber alguma coisa e usar o banheiro, é cada lugar horrível, mas não me importo muito com isto.
Certa vez fizemos um passeio em Cocais e não encontrávamos nem um “botequinho” para parar. Eu já estava hiper, super, mega apertada e nada de encontrar um banheiro. Finalmente, num lugarejo, encontramos um daqueles bares horrorosos de beira de estrada. Quando paramos o Luiz olhou lá pra dentro e me perguntou se eu realmente queria entrar ali. Eu nem respondi, já desci da moto quase sem conseguir andar de tanta dor e com as pernas travadas e caminhei em direção ao boteco. Quando olhei lá pra dentro quase caí dura. Só tinha ali, duas mesas de sinuca, umas prateleiras cheias de cachaça e muuuuuuuuitos bêbados jogando sinuca. “Fechei” a cara e perguntei onde era o banheiro. Nem se eu quisesse, eu conseguiria sair dali sem ir ao banheiro. Um deles me respondeu que era numa “casinha” no quintal e me mostrou a porta para o tal lugar. Agradeci e segui para lá sem nem olhar para o lado.
Era realmente um quintal de terra batida com várias casas voltadas para ele e cheio de gente batendo papo, crianças correndo, uma verdadeira bagunça. Lá bem no meio de tudo, um cômodo até bem grande com uma portinha que, com certeza era o banheiro. Eu nem sei como cheguei lá... Mas enfim cheguei. Mais do que depressa tirei minha roupa e sentei no vaso. Foi então que eu vi... As paredes eram cheias de buracos de quase vinte centímetros de diâmetro cada. Era como se tivesse sido atacado por guerrilheiros. Parecia de propósito o banheiro bem no meio de tudo e todo esburacado. Eu acho que era a diversão do pessoal dali.
E o que eu podia fazer? A primeira idéia era me vestir e sair dali correndo. Pensei por uns instantes e me lembrei de uma história que meu pai contou: - Quando ele era pequeno encontrou o priminho caminhando de olhos fechados. Ele o parou e perguntou por que ele estava andando com os olhos fechados. O priminho disse que havia ganhado uns doces da tia e teria que passar no meio de outras crianças com as mãos cheias de barrinhas de doce de leite e como ele não queria dividir com os outros meninos ele fechou os olhos para que eles não o vissem e seguiu em direção a sua casa.
Pois então, fechei os olhos para que ninguém me visse, como se isto fosse possível, e fiz o que precisava fazer.  Que alívio!!!
Ainda de olhos fechados me vesti e então saí de lá. Pena que tinha que abrir os olhos para conseguir sair, se fosse possível eu só os abriria quando estivesse bem longe dali.
Passei pelo boteco e agradeci, quando cheguei à moto o Luiz, que não teve coragem nem de descer, me perguntou se estava tudo bem. Eu disse que sim, mas que eu gostaria de sumir dali beeeeeeeem rápido. Depois com calma eu contei a ele como era o tal banheiro do boteco.
Solange

domingo, 27 de março de 2011

Encontro de motociclistas

Motociclistas a 40 KM/H

Já participamos de encontros de motociclistas e fizemos algumas viagens com amigos nossos, também motociclistas.
Uma destas viagens foi para a Serra do Cipó com a turma da Motobike. Saímos de Belo Horizonte em um sábado pela manhã ficaríamos hospedados em um hotel de sábado para domingo, quando voltaríamos para BH.
Resolvi ir com a minha moto e o Luiz com a dele. Em alguns passeios eu fui à garupa dele, por medo de não conseguir acompanhar o grupo. Desta vez resolvi encarar e deixar o medo de lado.
Marcamos de encontrar com uma parte do grupo aqui bem perto da nossa casa de onde sairiam quatro motos, eu numa Bros 150, o Luiz na Falcon 400, o Marcelo levando a esposa, a Ângela na garupa em uma Bandit 1.250 e o Cláudio com a esposa numa Suzuki 750. Deu pra ver que a minha moto era uma bicicletinha perto das demais. Mas eu estava lá, toda orgulhosa!
Encontramo-nos com dois outros casais em um bairro próximo em suas motos enormes também, dali sairíamos para encontrar todos os outros no caminho.
Enquanto estávamos esperando o ultimo casal, falamos com o Marcelo que é nosso amigo de longa data que iríamos ao nosso ritmo e que eles poderiam seguir no ritmo da turma, porque a minha moto dificilmente conseguiria acompanhá-los. Ele muito gentil, cavalheiro e companheirão de todas as horas nos falou que de forma alguma nos deixaria para trás e que ele e alguns outros iriam junto conosco, mesmo que mais devagar. Eu achei muito bacana!
Ele então me perguntou com que velocidade eu poderia ir. Brincando, eu disse a ele que só conseguiria ir à quarentinha (40 KM/H). Eu não pensei que ele iria acreditar...
 Enfim pegamos estrada. O Marcelo ia à frente puxando o grupo, eu e o Luiz atrás e outros três atrás de nós.
Ele acreditou mesmo no que eu falei... Ele estava a 40 KM/H ou um pouco mais na estrada que vai para o aeroporto de confins onde a velocidade máxima é de 110KK/H.
Estava muito engraçado ver aquele comboio de motos enormes com motociclistas acostumados a viajar em alta velocidade andando a 40 KM/H. Para mim foi o melhor da viagem. Isto é que é solidariedade e companheirismo... Mais é besteira!
Felizmente paramos em um posto perto do centro administrativo por algum motivo que eu nem sei qual, eu aproveitei e falei com o Marcelo que eu havia brincado com ele quando falei dos 40 KM/H e que ele poderia ir à velocidade permitida que eu conseguiria acompanhá-los.
Ele ficou bravo demais! E falou que continuaria junto conosco, mas que o Luiz é que iria à frente guiando o grupo e ditando o ritmo, pois ele já me conhecia.
No caminho fomos ultrapassados por alguns membros da Motobike a 1.000 KM/h. Um deles estava com a esposa, ela ficava de costas na garupa da moto para fotografar o grupo que vinha atrás. Uma verdadeira insanidade!
Quando chegamos ao hotel muitos já haviam chegado e então fomos estacionar as motos em um local reservado para nosso grupo.



                                                       Parte da turma no churrasco, sábado a tarde.
Foi outra coisa muito engraçada... Muuuuuuuuitas motos, cada uma maior e mais bonita que a outra e eu lá... Toda, toda com a minha motinha, me sentindo o máximo, ali no meio deles.
Foi um passeio muito agradável houve um churrasco no sábado à tarde, um luau no sábado à noite e no domingo eu e o Luiz saímos cedo para participar de uma maratona na Pampulha com um grupo de amigos, mas a turma saiu de lá só no domingo à tardinha. Foi muuuuuuuuuuuito bom
                                                                                       No luau, sábado a noite!
Solange Figueiredo

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O que vemos nas trilhas

Animais nas trilhas
Nosso primeiro contato foi com uma galinha que atravessou a frente do Luiz. Ele quase a atropelou! Isto virou um trauma para ele. Ele é muito sensível e sentimental. Segundo ele: As galinhas são completamente sem “noção” como dizem minhas filhas. Elas miram o outro lado da rua e vão...  Mas as doidinhas parecem não ter muito rumo e ficam correndo de um lado para outro tentando atravessar, é um desespero só! Sempre que vê alguma ele quase para, para que ela atravesse tranquilamente e ainda assim elas conseguem fazer vários ziguezagues antes de chegar do outro lado.
Sempre nos deparamos com animais nas trilhas... Foram muitas, as vezes que cruzamos com Tiús, um tipo de lagarto, gaviões levantando vôo carregando uma cobra no bico, sua refeição predileta.
A mãe da Cobra...
E por falar em cobra... Certa vez, entre Timóteo e Cava Grande (Marliéria) encontramos bem no meio da estrada uma cascavel de quase um metro de comprimento. Reduzimos as motos e nos aproximamos, o Luiz ficou mais longe e eu cheguei bem pertinho dela para admirá-la melhor... O Luiz não parava de brigar comigo para eu me afastar... Ele gritava: Sai daí, vai que a mãe dela aparece... Ela era tão grande que eu acho que ela não tinha nem mãe mais. Era fascinante, ela era quase da grossura do meu antebraço, ficamos ali até que ela resolvesse sair. E ela se foi... Embrenhou-se pelo mato logo a nossa frente. Eu segui mais a frente para virar a moto e quando passei perto do local onde ela havia entrado... Advinha o que eu vi? A danadinha estava no mato bem na beirinha da estrada com o bote preparado para pegar o primeiro que passasse por ali. A sorte é que estávamos sobre as motos e passamos bem longe dela. O meu pai que é da roça fala que a única cobra que é traiçoeira e vingativa é a cascavel, as outras todas fogem do homem. A cascavel não, ela o tocaia e o enfrenta. Segundo ele quando tem incêndio na mata a única que é encontrada queimada é a cascavel. As outras fogem! Ela não, ela encara, é teimosa. Bem feito, morre queimada! Não sei se é verdade ou histórias de meu pai...
Veado fujão...
Já vimos dois veados campeiros, aqueles que se parecem com o bambi de Walt Dysney. Eles são lindos! Parece até miragem, o problema é que são muito rápidos e eles não ficam muito tempo perto de nos. E conseqüentemente... Não conseguimos fotografá-los.
O coice do cavalo...
Estes estão sempre surgindo do nada. Certa vez um saiu a nossa frente e não parava mais, andou por muito tempo, mas muito tempo mesmo! Até que finalmente resolveu entrar em uma estradinha lateral e sair de nossa frente. Outro cavalo estava dando um trabalho danado para o seu dono, que o segurava por uma corda. O cavalo pulava, relinchava, dava coices e virava de lado. Ele estava muito doido... Precisávamos passar na estrada por trás do cavalo, e o Luiz, como sempre, foi na frente, depois eu e por ultimo o Beto. Quando o Luiz passou, o cavalo deu um coice com as duas pernas. Se pega... Suas patas quase encostaram-se ao capacete dele, felizmente nada aconteceu. Quando paramos perguntei a ele se ele se assustou, ele disse que nem viu. Quando contei, ele não acreditou. Por sorte o Beto estava conosco e pôde confirmar minha historia. Ele com certeza não ia acreditar em mim.
Os cães...
Cachorro tem demais... A maioria adora correr atrás do Luiz, que está sempre à frente.  O Luiz dá chutes e faz ziguezague para ver se fica livre deles. Mas não tem jeito, eles só param quando estão exaustos. Esta é minha sorte, quando passo eles não tem mais força para correr. Eu morria de medo de ter um cachorro destes na minha “cola”
Normalmente são cachorros sem raça, vira latas, mesmo. Mas um dia numa estradinha, uns homens seguiam com três cães de raça. Não me pergunte qual, pois eu não entendo nada deste bicho, eu só sei que eram de raça e bravos. Eles saíram atrás do Luiz, mas desta vez chegavam bem perto e quase conseguiam pegar o pé dele. Eu ali atrás já estava ficando com medo que ele caísse. Mas nem pensava que viriam atrás de mim. E foi exatamente, o que aconteceu. Eles deixaram o Luiz e me esperaram, quando passei... Saíram em disparada atrás de mim. Que pânico! Eu estava desesperada, até porque eu havia visto o aperto que o Luiz passou com eles.
Aí eu tive uma Luz... Disparei a buzinar. Eu acho que eles se assustaram ou não esperavam por uma atitude daquelas ou mesmo porque a buzina não os agradou. E felizmente param com uma cara de quem não estavam entendendo nada. Que alivio!
Fiquei livre daquela. Hoje, até o Luiz tem usado esta estratégia, assim que a “cachorrada” começa a persegui-lo, ele gruda na buzina e os bichinhos param!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O que vemos nas trilhas

·         Carro grande, carro pequeno,velho ou novo. Moto? Muita moto! E o velho fusquinha por toda parte...
·         Lugarejos movimentados como em dia de festa... Outros vazios e silenciosos como se estivessem abandonados, nestes sabemos que todos estão recolhidos em suas casas pois sentimos que estamos sendo observados pelas frestas das janelas... Cidade...  Vilas... Povoados.
·     Vendas, quitandas, mercearias e armazéns... Supermercado? Ali não tem!
·     Pouca gente e muito bicho... Gente atrás de bicho e bicho fugindo de gente!
·     Pinguelas, pontes e viadutos atravessando,rios, trilhos e estradas. Atravessando carga, gente, trens e carros.
     
      
·         Fornos de carvão, usinas hidroelétricas, indústrias, lixões, torres de transmissão desenhando os ceus. Minas e pedreiras sendo exploradas e abandonadas, minas de ouro, diamante e alexandrita.