Animais nas trilhas
Nosso primeiro contato foi com uma galinha que atravessou a frente do Luiz. Ele quase a atropelou! Isto virou um trauma para ele. Ele é muito sensível e sentimental. Segundo ele: As galinhas são completamente sem “noção” como dizem minhas filhas. Elas miram o outro lado da rua e vão... Mas as doidinhas parecem não ter muito rumo e ficam correndo de um lado para outro tentando atravessar, é um desespero só! Sempre que vê alguma ele quase para, para que ela atravesse tranquilamente e ainda assim elas conseguem fazer vários ziguezagues antes de chegar do outro lado.
Sempre nos deparamos com animais nas trilhas... Foram muitas, as vezes que cruzamos com Tiús, um tipo de lagarto, gaviões levantando vôo carregando uma cobra no bico, sua refeição predileta.
A mãe da Cobra...
E por falar em cobra... Certa vez, entre Timóteo e Cava Grande (Marliéria) encontramos bem no meio da estrada uma cascavel de quase um metro de comprimento. Reduzimos as motos e nos aproximamos, o Luiz ficou mais longe e eu cheguei bem pertinho dela para admirá-la melhor... O Luiz não parava de brigar comigo para eu me afastar... Ele gritava: Sai daí, vai que a mãe dela aparece... Ela era tão grande que eu acho que ela não tinha nem mãe mais. Era fascinante, ela era quase da grossura do meu antebraço, ficamos ali até que ela resolvesse sair. E ela se foi... Embrenhou-se pelo mato logo a nossa frente. Eu segui mais a frente para virar a moto e quando passei perto do local onde ela havia entrado... Advinha o que eu vi? A danadinha estava no mato bem na beirinha da estrada com o bote preparado para pegar o primeiro que passasse por ali. A sorte é que estávamos sobre as motos e passamos bem longe dela. O meu pai que é da roça fala que a única cobra que é traiçoeira e vingativa é a cascavel, as outras todas fogem do homem. A cascavel não, ela o tocaia e o enfrenta. Segundo ele quando tem incêndio na mata a única que é encontrada queimada é a cascavel. As outras fogem! Ela não, ela encara, é teimosa. Bem feito, morre queimada! Não sei se é verdade ou histórias de meu pai...
Veado fujão...
Já vimos dois veados campeiros, aqueles que se parecem com o bambi de Walt Dysney. Eles são lindos! Parece até miragem, o problema é que são muito rápidos e eles não ficam muito tempo perto de nos. E conseqüentemente... Não conseguimos fotografá-los.
O coice do cavalo...
Estes estão sempre surgindo do nada. Certa vez um saiu a nossa frente e não parava mais, andou por muito tempo, mas muito tempo mesmo! Até que finalmente resolveu entrar em uma estradinha lateral e sair de nossa frente. Outro cavalo estava dando um trabalho danado para o seu dono, que o segurava por uma corda. O cavalo pulava, relinchava, dava coices e virava de lado. Ele estava muito doido... Precisávamos passar na estrada por trás do cavalo, e o Luiz, como sempre, foi na frente, depois eu e por ultimo o Beto. Quando o Luiz passou, o cavalo deu um coice com as duas pernas. Se pega... Suas patas quase encostaram-se ao capacete dele, felizmente nada aconteceu. Quando paramos perguntei a ele se ele se assustou, ele disse que nem viu. Quando contei, ele não acreditou. Por sorte o Beto estava conosco e pôde confirmar minha historia. Ele com certeza não ia acreditar em mim.
Os cães...
Cachorro tem demais... A maioria adora correr atrás do Luiz, que está sempre à frente. O Luiz dá chutes e faz ziguezague para ver se fica livre deles. Mas não tem jeito, eles só param quando estão exaustos. Esta é minha sorte, quando passo eles não tem mais força para correr. Eu morria de medo de ter um cachorro destes na minha “cola”
Normalmente são cachorros sem raça, vira latas, mesmo. Mas um dia numa estradinha, uns homens seguiam com três cães de raça. Não me pergunte qual, pois eu não entendo nada deste bicho, eu só sei que eram de raça e bravos. Eles saíram atrás do Luiz, mas desta vez chegavam bem perto e quase conseguiam pegar o pé dele. Eu ali atrás já estava ficando com medo que ele caísse. Mas nem pensava que viriam atrás de mim. E foi exatamente, o que aconteceu. Eles deixaram o Luiz e me esperaram, quando passei... Saíram em disparada atrás de mim. Que pânico! Eu estava desesperada, até porque eu havia visto o aperto que o Luiz passou com eles.
Aí eu tive uma Luz... Disparei a buzinar. Eu acho que eles se assustaram ou não esperavam por uma atitude daquelas ou mesmo porque a buzina não os agradou. E felizmente param com uma cara de quem não estavam entendendo nada. Que alivio!
Fiquei livre daquela. Hoje, até o Luiz tem usado esta estratégia, assim que a “cachorrada” começa a persegui-lo, ele gruda na buzina e os bichinhos param!
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