retrovisor

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sábado, 16 de abril de 2011

Dicas de pilotagem nas trilhas

·         Leve sempre capa de chuva, corda, alguma ferramenta se souber usar, porque como diz o meu pai, a ferramenta não serve para nada se não se sabe usá-la. Não se esqueça da máquina fotográfica o que não faltam são motivos para usá-la.
·         Evite pilotar quando está chovendo. Antes de sair de casa dê uma olhadinha pela janela se estiver prometendo chuva... Volte para a cama e ligue a TV, assista o Auto Esporte, vai ser mais produtivo. Moto e chuva não combinam muito: A visibilidade é péssima, capacete não tem limpador de pára-brisa, ela derrapa na pista molhada alem do frio que fica com aquela roupa toda molhada.
·         Cuidado nas curvas... Fique bem a sua direita, tem sempre um motorista fazendo uma curva “quadrada”e “comendo” um pedaço da sua pista.
·         Na descida... Desça engrenado e use preferencialmente o freio da frente, o traseiro faz a traseira da moto, sair de lado.
·         Use sempre camisa de manga comprida e luvas. O sol pode queimar...  Por causa do vento a gente não sente que está queimando e as queimaduras deixam marcas muito indesejáveis.
·         Para sua proteção use equipamentos de segurança, joelheira, cotoveleira, luvas e botas. Felizmente nós caímos pouco e os tombos são leves, mas graças aos equipamentos praticamente não nos machucamos.
·         Use botas apropriadas, dá firmeza para bater o pé no chão quando precisar além de ser muito útil para andar no mato.
·         Cuidado com estradas em obras tem muita terra solta, fofa e pedras, além dos tratoristas "sinistros", como diz meu genro, loucos para  passar por cima dos motoqueiros.
·         Não tenha vergonha de bater um pé no chão ou até os dois se for necessário, vergonhoso é cair por vergonha de bater o pé.
·         Escolha uma moto adequada a sua altura, eu já vi muita gente cair da moto, pois ela não era adequada.
Olha o tamanho deste motociclista!
·         Observe bem onde está andando. Eu descobri que na areia... Eu tenho que reduzir a velocidade antes de entrar no areal, se freiar no meio, a moto dança. Depois indicar a direção e a deixá-la ir praticamente sozinha, a moto fica meio rebelde na areia, não aceita muito comando. A maioria dos trilheiros passa na areia a mil por hora, eu ainda não cheguei a este grau de insanidade.
Na lama... Prepare-se psicologicamente para sujar o pé, a perna ou até tudo se cair. Reduza antes e procure um lugar com barro mais durinho e bata o pé para não cair se começar a deslizar muito.
Na água... Não seja como gato, com medo de água fria. Provavelmente você vai se molhar. Reduza a velocidade, mire o outro lado da margem, feche os olhos e acelere... O pior que pode acontecer é você tomar um banho sem querer e de brinde ainda lavar a sua moto.
                                 Eu nem sei como cheguei deste lado da margem...

Quando tiver que subir morro muito íngreme com terra solta: coloque primeira acelere devagar e continuamente e se precisar parar no meio do morro... Tenha força para segurá-la e reze muito para ela não voltar. Se tiver que descer um morro, também muito íngreme com terra solta... Dê meia volta na moto e volte para casa. É o melhor que você pode fazer. Se a moto for muito pesada ela desce você querendo ou não e totalmente sem controle. O Luiz encontrou uma solução criativa em uma situação como esta: Colocou-me segurando a rabêta da moto dele, para fazer peso, e desceu o morro me arrastando. Foi um sufoco só, mas chegamos lá!
Dependendo da dificuldade da trilha, desça da moto e caminhe ao lado dela acelerando até atravessar ou faça como eu, algumas vezes: Pare a moto, desça dela, atravesse a pé e mande o Luiz ir lá buscá-la.
                           
                                       Ele moooooooooorre de ódio, mas vai.
·         Calibre os pneus da moto um pouco abaixo do recomendado isto garante maior aderência na estrada de terra.
·         Não tenha medo de se sujar, é líquido e certo que isto irá acontecer.
          Olha só o meu estado... Eu fico muito mais suja que o Luiz por que estou sempre atrás dele.
                  As botas estão no guidom da moto para secar, elas estavam cheias de água.
·         Cuidado com animais eles costumam atravessar na frente da moto de repente ou como os cães podem querer morder seu pé.
·         Não se esqueça de encher o tanque antes de sair para as trilhas. No mato não tem posto!
·         Se o pneu furar, suba na moto e dirija-se devagar até onde poder arrumar o pneu.

Solange e Luiz
O banheiro do boteco...

Geralmente nas trilhas não paramos no “matinho” para fazer xixi. Tudo por minha causa, imagine só, eu com aquela roupa de trilha toda complicada de tirar e colocar, agachada no “matinho”. Já pensou se aparece alguém? Como faço para me vestir rápido? Não tem jeito...
Sempre paramos em botecos nos vilarejos por onde passamos para beber alguma coisa e usar o banheiro, é cada lugar horrível, mas não me importo muito com isto.
Certa vez fizemos um passeio em Cocais e não encontrávamos nem um “botequinho” para parar. Eu já estava hiper, super, mega apertada e nada de encontrar um banheiro. Finalmente, num lugarejo, encontramos um daqueles bares horrorosos de beira de estrada. Quando paramos o Luiz olhou lá pra dentro e me perguntou se eu realmente queria entrar ali. Eu nem respondi, já desci da moto quase sem conseguir andar de tanta dor e com as pernas travadas e caminhei em direção ao boteco. Quando olhei lá pra dentro quase caí dura. Só tinha ali, duas mesas de sinuca, umas prateleiras cheias de cachaça e muuuuuuuuitos bêbados jogando sinuca. “Fechei” a cara e perguntei onde era o banheiro. Nem se eu quisesse, eu conseguiria sair dali sem ir ao banheiro. Um deles me respondeu que era numa “casinha” no quintal e me mostrou a porta para o tal lugar. Agradeci e segui para lá sem nem olhar para o lado.
Era realmente um quintal de terra batida com várias casas voltadas para ele e cheio de gente batendo papo, crianças correndo, uma verdadeira bagunça. Lá bem no meio de tudo, um cômodo até bem grande com uma portinha que, com certeza era o banheiro. Eu nem sei como cheguei lá... Mas enfim cheguei. Mais do que depressa tirei minha roupa e sentei no vaso. Foi então que eu vi... As paredes eram cheias de buracos de quase vinte centímetros de diâmetro cada. Era como se tivesse sido atacado por guerrilheiros. Parecia de propósito o banheiro bem no meio de tudo e todo esburacado. Eu acho que era a diversão do pessoal dali.
E o que eu podia fazer? A primeira idéia era me vestir e sair dali correndo. Pensei por uns instantes e me lembrei de uma história que meu pai contou: - Quando ele era pequeno encontrou o priminho caminhando de olhos fechados. Ele o parou e perguntou por que ele estava andando com os olhos fechados. O priminho disse que havia ganhado uns doces da tia e teria que passar no meio de outras crianças com as mãos cheias de barrinhas de doce de leite e como ele não queria dividir com os outros meninos ele fechou os olhos para que eles não o vissem e seguiu em direção a sua casa.
Pois então, fechei os olhos para que ninguém me visse, como se isto fosse possível, e fiz o que precisava fazer.  Que alívio!!!
Ainda de olhos fechados me vesti e então saí de lá. Pena que tinha que abrir os olhos para conseguir sair, se fosse possível eu só os abriria quando estivesse bem longe dali.
Passei pelo boteco e agradeci, quando cheguei à moto o Luiz, que não teve coragem nem de descer, me perguntou se estava tudo bem. Eu disse que sim, mas que eu gostaria de sumir dali beeeeeeeem rápido. Depois com calma eu contei a ele como era o tal banheiro do boteco.
Solange