retrovisor

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Casos e historias

A empada que virou grão de bico

Nosso amigo Beto no centro da foto
Seguimos num sábado, em direção a Santa Maria de Itabira, acompanhados por nosso amigo Beto. O Beto era um vizinho que muitas vezes nos fez companhia nas trilhas.
Eu nunca levei nenhum tipo de lanche para as nossas aventuras, desta vez, como a distancia era maior e não imaginávamos o que encontraríamos no trajeto resolvi levar umas empadas congeladas da “Maria” uma salgadeira renomada na região. Suas empadas de frango são ma-ra-vi-lho-sas!
Coloquei as empadas em uma vasilha plástica bem fechada dentro de uma mochila na garupa da minha moto.
Saímos bem cedo. O tempo estava muito seco e a estrada muito esburacada e cheia de poeira. Depois de várias horas de viagem chegamos ao nosso destino, uma cidade pequena, limpa e bastante acolhedora. Demos umas voltas para conhecer o lugar e descobrimos que daquela cidade vinham alguns dos grandes empresários que conhecíamos.
Resolvemos lanchar! Prontamente o Luiz tirou a vasilha com as empadas da mochila e entregou ao Beto para que ele se servisse sem falar o que era.
Muito assustado ele recusou e disse que não gostava de grão de bico.
O Luiz olhou imediatamente para dentro da vasilha e me perguntou por que ao invés das empadas eu havia trazido grão de bico.
- GRÃO DE BICO?  VC ESTÁ LOUCO? EU TROUXE AS DELICIOSAS EMPADAS DA MARIA!
... Por alguns instantes pensei que pudesse ter trocado as vasilhas no freezer. Mas eu nem tinha grão de bico na minha casa! Que história maluca era aquela?
Peguei o que diziam ser grão de bico para tentar entender o que havia acontecido.
Parecia grão de bico mesmo! Cheirei! Mas não consegui identificar. O jeito era provar para ver do que se tratava. Que surpresa! Eram as empadas da Maria, que de tanto pular na garupa da minha moto, descongelaram, desmancharam e viraram bolinhas como grão de bico.
Sugeri comê-las daquele jeito mesmo. O Beto fez uma cara horrível e atravessou a rua correndo, em direção a uma lanchonete dizendo que preferia coxinha e o Luiz não demorou um segundo para segui-lo.
Fiquei ali sozinha com minhas empadas em forma de grão de bico. Resolvi, então fazer companhia a eles. Pois comer sozinha é muito ruim! Joguei as empadas na primeira lixeira que vi!
   

Sete rios...

O Luiz ficou eufórico de saber que havia um caminho alternativo para “São José da Serra”, atravessando sete rios. Na verdade o rio zinguezagueava  e era cortado pela estrada sete vezes. Ele me convenceu a ir por lá, saímos cedo e depois de andarmos vários quilômetros chegamos à primeira travessia. Era um rio de águas escuras, mas transparentes cor de coca cola, com o fundo cheio de pedras e com aproximadamente uns 20 metros de largura. O Luiz encarou e atravessou, eu quase morrendo de medo fui atrás dele. O fundo tinha pedras de todos os tamanhos, e no lugar mais fundo quase cobria o meu pé, não sei como consegui atravessar? Apesar da tremedeira eu estava feliz. Continuamos e mais a frente outra travessia quase igual à primeira, só que desta vez na metade do rio, a água chegava ao meu joelho. Eu parei a moto ali mesmo e fiquei lá. O Luiz desceu da moto e chegou à margem para saber o que estava acontecendo. Eu gritava para ele buscar minha moto que eu não ia conseguir terminar. Na margem ele gritava para eu passar, que eu ia conseguir e dizendo que não ia entrar no rio para não molhar seu pezinho. Eu então ameacei que ia deixar a moto ali no meio do rio, já quase chorando de raiva. Não teve jeito, ele teve que buscá-la.
Na terceira travessia ele passou, desceu da moto e ficou na margem gritando que eu ia conseguir me dando força e coragem. Eu passei numa boa! Fiquei com a bota cheia de água!
Na quarta eu fui com tudo... E caí logo no inicio. Tive que ficar ali segurando a moto caída e esperando o Luiz para me ajudar a tirá-la de lá. Felizmente nada aconteceu com ela, mas comigo... Eu fiquei totalmente descadeirada! Depois que ele atravessou minha moto sentamos ali na margem da estrada para descansar um pouco e até pudemos comer uma coisa que eu não comia há muitos anos, Jatobá. E pude confirmar que eu detestava aquela fruta horrorosa. Na quinta travessia eu passei! Mas não era pra menos era apenas um riachinho super pequeno. E as outras duas... Graças a Deus construíram pontes sobre o danado do rio. Quando chegamos ao nosso destino, eu estava tão cansada que parei a moto na frente do restaurante e simplesmente fui pro chão com moto e tudo. O Luiz ficou sem entender e eu não consegui explicar até hoje como eu caí com a moto já estacionada.


 Cachoeirão
Nossa filha pediu que aproveitássemos um passeio de moto e tirássemos umas fotos, para escola do Cachoeirão em Cocais. O Cachoeirão tem um potencial energético impressionante e havia um projeto de construir ali uma hidrelétrica. A venda do terreno e a obra foram suspensas pela justiça por questões de impacto ao meio ambiente.
Quando chegamos à fazenda, apenas eu e o Luiz, fomos recebidos aos berros pelo proprietário com uma espingarda na mão. A situação ficou tensa! Pensei em tirar o capacete imediatamente e falar alguma coisa para que ele visse que não eram dois homens. O Luiz também tirou o capacete e bem calmamente nós o cumprimentamos, deu certo! Ele ficou um pouco mais calmo e baixou a arma e veio caminhando em nossa direção, enquanto isso falávamos que queríamos apenas tirar umas fotos da cachoeira para um trabalho de escola de nossa filha. O senhor, ainda um pouco exaltado nos convidou para entrar e tomar um café. Desabafou, desculpou-se e disse que estava sofrendo muita pressão. Permitiu a nossa ida até a cachoeira que rendeu uma caminhada de mais de uma hora, frustrada, pois de dentro da fazenda não era possível visualizar a queda d’água.

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